sábado, 26 de setembro de 2009

Arge twister


Ó vento!
me envolva em todo seu ser,
leve de mim esse calor que de nada serve,
Me embriague em suas gélidas hélices,
Fazeis de tu e meu corpo Uno.
Tua benfeitoria é meu acalanto,
Sem ti, meu sono é pranto.
Te amo Arge twister!

Tripulando


Entre tormentos e tormentas,

A nau continua a seguir o seu caminho,

O capitão dá as ordens,

Responde a tripulação do eu sozinho,

Estou sempre a descascar batatas no porão,

O pensamento tão longe quanto o vento pode levar,

As mãos já fraquejadas e calejadas não podem mais ser utilizadas,

Apenas se estendem para esperar as migalhas a mim atiradas,

Quase um século de solidão,

Déjavus de descontração,

Intermináveis horas de desespero,

Milésimos de distração,

Sim, sou um navegante,

Sou navegável,navegado.

Por isso eu peço.

Ventos do sul,

Ventos do norte,

Não me deixem aqui jogado a minha própria sorte,

Não quero que seja aqui o local da minha morte.

sempre achei que daria conta do recado.

Mas o capitão.Ahhh!O capitão nunca confiara em sua tripulação.

Será que me daria ele uma outra chance?

A única coisa que sei é viajar,

É sair desse espaço confuso,

E ir para o alem de tudo,

onde não existe fuso,

onde o vento é sempre certo,

Pois sempre ele sopra para onde eu quero ir.

Para longe tudo que existe aqui.

Giovanni curvo gottardi de Almeida



Obs: Gravura de Salvador Dalí intitulada "O NAVIO", obra prima do surrealismo do ano de 1942.